São Miguel do Tapuio:Encantos, magia e ovnis em Saco do juazeiro
Por Flávio Tobler (Equipe UPUPI)
A parceria na ufologia: Um meio necessário
Nesse imenso continente brasileiro ainda pouco
conhecido pela população de modo em geral, só conseguimos perceber mais
amplamente nossas riquezas culturais,turísticas, gastronômicas e tantas
outras pela mídia televisiva, internet ou viagens. Quando se tem
recursos financeiros disponíveis é só incluir-se em um pacote de
roteiros turísticos feitos pelas várias agencias espalhadas pelo
Brasil. Mas isso é privilégio de uma minoria em relação à grande massa
populacional. A rotina diária da vida urbana em busca da sobrevivência
impõe limites difíceis de serem superados.As famílias brasileiras
condicionam-se a educarem seus filhos e a usufruírem daquilo que parece
ser mais fácil. Passeios aos clubes, shopping, cinemas, baladas e
muitas outras diversões que são compatíveis com o orçamento familiar.
Quando planejado elas incorporam viagens de passeios em determinados
períodos do ano, e isso se torna motivo de muito prazer e diversão.
A ufologia, uma ciência ainda em processo de
consolidação, isso porque buscamos o objeto de estudo como prova
substancial e definitiva. Hoje lida com duas vertentes. A primeira é
relativa à grande parte dos interessados no assunto que buscam resposta
pelo acesso a internet, vídeos, livros, programas em rádios e TV. Estes
são condicionados pela falta de tempo ou de articulação grupal que os
tornam impedidos de avançarem na busca de respostas mais profundas. A
outra mais importante está relacionada aos pesquisadores, que visam
através das incursões no campo, encontrar respostas mais satisfatórias
e diferentes do que outros já conhecem. Estes têm o grande potencial
investigativo, mas em grande parte são limitados financeiramente a
buscarem novos horizontes para as interpretações na ufologia. É duro na
visão de um ufólogo ver tantos desperdícios financeiros em causas
banais e outras que conduzem a um grande “ralo”.
Digo que todo
ufólogo é um ecologista e de certa forma é preocupado com as causas
planetárias, talvez muitos não se engajem em programas ambientais pela
falta de tempo que a própria ufologia parece consumir. Estes quando vão
ao campo, em muitas vezes observam além dos outros, porque procuram
respostas na região para as incursões ufológicas. O seu olhar é
criterioso, analista, numa visão panorâmica do cenário investigado.
Infelizmente o tempo na área pesquisada é o seu maior inimigo, isso se
deve principalmente pelo fator financeiro, porque os compromissos
familiares justificam a presença constante para abastecimento do
próprio lar. Quem viaja numa pesquisa de campo sabe das dificuldades
enfrentadas, e dos limites que impedem um avanço substancial.
Observando esse grande obstáculo, vejo como forma de
solução viável a parceria na ufologia. De certa forma pode-se agregar o
tema a outras áreas como o turismo regional, ecológico e outros que
visam somente somar e enriquecer a região visitada. O leque de atrações
turísticas para a capital, município ou localidade escolhida para o
itinerário do grupo amplia as possibilidades de desenvolvimento da
população. Principalmente porque agregarem-se múltiplos roteiros aos
turistas ou interessados.
Alguns membros do grupo UPUPI estiveram
recentemente na localidade Saco do Juazeiro, que fica no Município de
São Miguel do Tapuio, região norte do Estado do Piauí. A expedição
contou com a participação do Turismo Rural na Agricultura Familiar
(Rede TRAF), do Instituto Nacional de Crédito Rural na Agricultura
(INCRA), do Programa semanal Caminhos e Trilhas, de fotógrafos,
estudantes e educadores. A parceria provou que é viável este
intercambio, que visa principalmente enriquecer regiões adormecidas em
nosso estado. Trazendo a população local meio necessário de
desenvolvimento e renda.
O que falta ainda é um apoio substancial aos
expedicionários. Tem-se observado algumas atitudes ainda que
esporádicas por lideranças regionais no incremento deste
desenvolvimento. O tema ufologia ainda soa como uma leve brisa para
aqueles que desconhecem as possibilidades que ela representa a uma
comunidade,município e para um Estado. Grande parte dos brasileiros,
mais exclusivamente dos piauienses começam a despertarem para a
revolução e transformação que o tema trará de um modo geral. Outros
ainda que incrédulos serão envolvidos e obrigados a mudarem suas
próprias concepções.
Impacto profundo: O gigante que caiu do espaço
O município localiza-se no centro norte do estado do
Piauí.Fica a 260 km da capital Teresina. Possui uma área de 5.305,6 km²
e está a uma altitude de 285 metros.. A estrutura física do solo de São
Miguel do Tapuio é formada por depressões e elevações. No solo
tapuiense, existe uma cratera medindo aproximadamente 20 km de diâmetro
cuja existência é comprovada por estudos geológicos e por fotos de
satélite. A cratera vista abaixo tem as seguintes coordenadas e
especificações:
Existe controvérsia quanto à origem dessa cratera.
Uma corrente de pesquisadores afirma que tem origem vulcânica cujas
erupções foram desativadas há milhões de anos. Outra corrente de
estudiosos diz que ela se originou de choque meteorólito ocorrido na
era pré-abertura do Oceano Atlântico. Parece que a idéia do impacto de
um corpo celeste ganha consistência até com um olhar sobre a imagem.
Perceber-se que algo externo exerceu uma grande força sobre aquele
relevo.
Não quero entrar aqui sobre análise cientifica, mesmo
porque não possuo qualificação suficiente para estabelecer reais
critérios. A formação como geógrafo limita-se a comentários
superficiais, e como o tema aqui aborda sobre a ótica da ufologia,
sinto-me na humildade de conservar-me nesta linha de pensamento. O
certo é que aquela região merece uma atenção mais profunda e
multidisciplinar para outras vertentes de pesquisas. Algumas histórias
foram narradas quando estive numa localidade conhecida como barrocas
que fica entre aquele município e o de Castelo. Moradores daquela
localidade comentaram que pilotos de aeronaves de pequeno porte já
informavam há um bom tempo e de forma extra-oficial que evitavam
sobrevoarem a baixa altitude sobre aquela região porque seus
instrumentos de navegação apresentavam problemas. Estes fatos se
cruzaram com um depoimento de António Ferreira (Primo) que é engenheiro
de estrada de ferro, e que fazia o percurso de vistoria da ferrovia que
liga o nosso estado ao vizinho do Ceará. Estes fatos foram-me narrados
há muito tempo e que se cruzou com outras informações de populares
posteriormente. Conta ele que era comum encontrar margeando a linha
férrea imãs naturais. Isso reforça a idéia de que estes fragmentos
fazem parte de uma grande jazida ali existente.
Recentemente um avião bimotor caiu entre as
19h00 e 20h00 naquela região no dia 09 de Abril de 2008. Ainda não se
sabe as causas reais desse acidente. Mais tudo indica pelas
características com que foram encontrados os destroços, que a aeronave
chocou-se contra a serra do Carrasco, na localidade de cabeceiras.
Moradores do assentamento Palmeiras em Saco do Juazeiro, que fica a 40
Km de São Miguel do Tapuio, relataram que o avião passou por ali
completamente apagado. Isso leva a crer que a aeronave tinha problemas
ou este procedimento fora adotado pelos tripulantes na tentativa de uma
aterrizagem sem o risco de explosões causadas por curtos elétricos.
Como não houve sobreviventes, talvez os laudos técnicos apresentem a
versão oficial do que realmente aconteceu. O certo é que o piloto e
co-piloto tinham muitos anos de experiência de vôo (comentam que quase
trinta anos).
Faço estes comentários aqui para que posteriormente sejam somados a
outros relatos.Talvez estes fatos não possuam relação aparente com as
supostas anomalias descritas por populares leigos no assunto. O certo é
que se existir fundamentação teórica para todos estes acontecimentos,
faz-se necessário uma investigação mais criteriosa e científica,
procurando dar respostas reais e concretas.
Saco do Juazeiro: A expedição no assentamento Palmeira
Havia se passado dois meses, Março e Abril que a
equipe da UPUPI se ausentara das pesquisas de campo. Não porque
queríamos, mas devido ao intenso período de chuvas que impossibilitaram
o nosso retorno as regiões interioranas deste imenso e fabuloso estado
do Piauí. Nossa última vigília no município de Miguel Leão fora
recheada de situações inusitadas, além do que havíamos estabelecido a
possibilidade de que nosso representante ali presente (Luis Ferreira)
mantivesse olhares constante sobre aquela região. Já habilitado a fazer
qualquer registro (Projeto VER no site) garantia-nos o relato para
qualquer novidade.
Aqui na capital teresinense, surgiu uma
oportunidade de conhecer outra região com possíveis relatos ufológicos.
Os fatos colhidos preliminarmente por conhecidos nossos (George
Hamilton, Herida Jane e Teresinha Coimbra), indicavam a necessidade de
uma investigação maior. Ficou estabelecido pela equipe da Rede TRAF
(Turismo Rural na Agricultura Familiar), que membros do nosso grupo
seriam incorporados a aquela expedição. Fato que se deu nos dias 09,10
e 11 de maio de 2008.
Equipe da upupi(Luís António,Flávio Tobler e
Samuel). Flávio e
Samuel na gruta do Sr. Alexandre. Fonte: UPUPI/2008
Partimos as 16h30 daquela sexta feira, dia 09.
Participaram além da UPUPI e Rede TRAF, integrantes do programa semanal
Caminhos e Trilhas, representantes do INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), fotógrafos, estudantes dentre outros.
De Teresina saímos distribuídos em dois veículos, um micro ônibus com a
maior parte da equipe e o outro carro do próprio INCRA. A viagem foi
tranqüila, embora no percurso tenhamos passados por três momentos de
chuvas, que serviram de certo modo para amenizar o clima ao final de
tarde. Aos pouco cada grupo ali presente iam mantendo diálogo e se
familiarizando. Afinal estávamos condicionados a conhecer a região e
desfrutarmos de todo o cenário descrito por terceiros. Mas o que vimos
posteriormente foi mais deslumbrante do que mera narração anterior.
Chegamos ao município de São Miguel do Tapuio à noite, e após um breve
lanche, continuamos o itinerário. Seguimos a partir dali por uma
estrada carroçável rumo à região de Saco do Juazeiro. Este percurso se
prolongou por mais de uma hora (+ 40 Km), condicionando a nossa chegada
ao assentamento Palmeira lá pelas 21h00 daquele mesmo dia.
A região possui 301 famílias assentadas e cerca de 130 famílias
agregadas em mais de 26,5 mil hectares. Trata-se de um dos maiores
assentamentos do Piauí, reconhecido por ser um dos maiores produtores
de feijão do estado.Dividido em cinco núcleos: Juazeiro, Umburana,
Palmeira, Pereiros e Cacimba Nova. Foi criado pelo Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) há 12 anos.
Assentamento Palmeira (Saco do Juazeiro). Fonte: UPUPI/2008
Dentre os assentamentos que compõem aquele
cenário, estabelecemos nosso ponto de apoio em Palmeira. Principalmente
por indicar ser a mais desenvolvida e ter condições de receber os
expedicionários. Após o desembarque e acondicionamentos de mochilas e
bagagens nas duas casas que ficamos, nos deslocamos ao comercio maior
(Mercadinho Central) daquela localidade, para um devido e já esperado
mega lanche.
Após nos saciarmos com aquele cardápio apetitoso e regional, ficamos um
tempo a frente daquele estabelecimento nos familiarizando com aquele
visual diferente. O clima era bem favorável ao repouso, o que se
confirmou mais tarde. Afinal, quase cinco horas de viagem era
necessário um descanso, fortalecendo o corpo para o dia seguinte.
Mercadinho Central (local das refeições). George Rebelo entrevista Manuel Alexandre(assentado). Fonte: UPUPI/2008
Na manhã do sábado, e já refeito do cansaço do
dia anterior, nos preparamos para conhecer vários pontos turísticos
daquela região. Após um café reforçado e algumas entrevistas
preliminares ainda na porta daquele estabelecimento, nos atualizamos
sobre o que iríamos encontrar mais tarde. Acondicionamo-nos em dois
veículos e seguimos inicialmente para a propriedade do senhor Manuel
Alexandre. No percurso, nossos olhares contemplavam vales, morros com
diversas formações esculpidas pela ação natureza (Intemperismo).
Alexandre e Iracilda(sua esposa), proprietários de uma área de
assentamento naquele vale visitado, recebeu-nos de forma harmoniosa e
prazerosamente nos convidou a conhecer os principais pontos de sua
propriedade. A simpatia, aliada a simplicidade daquele casal contagiava
a todos. Em todo o percurso ambos sempre narravam situações vividas e
comentavam sobre determinadas plantas e suas propriedades medicinais.
Hora se formavam verdadeiras filas indianas sobre roças de milho e
feijão.
Manuel Alexandre e Iracilda. Casal narra experiências locais. Fonte: UPUPI/2008
Conhecemos uma caverna que foi habitada pelo
senhor Alexandre por mais de 40 anos. Quando ainda novo ocupou a região
para fazer roças, e para manter-se mais perto de todo o trabalho puxado
que aquele itinerário fazia, seria inviável o deslocamento para a sede
do povoado, daí a permanência na área. Descobrimos que muitos moradores
no passado adotavam a mesma idéia em locais distintos. Isso se dava
porque antes da reforma agrária ali estabelecida, o antigo proprietário
não permitia nenhuma forma de ocupação em suas terras. Mas o povo
ciente de que o solo ali era muito favorável ao plantio, preferiam
sacrificar-se sobre aquela forma de moradia.
Mirante dos Alexandre. Fonte: UPUPI/2008
Apreciamos alguns mirantes (ponto de
contemplação sobre o horizonte) de rara beleza. Locais estes que nos
trouxe uma paz de espírito enorme. Ao caminharmos pela trilhas, nossa
atenção se fixava nas flores de coloração distintas. O canto dos
pássaros fechava um cenário único, quase indescritível. Isso se deve
pelo fato de que por mais que se fotografe e filme um lugar para
posterior recordação e visualização por terceiros, as imagens não
representam o cheiro, a sensação vivida in locu.
Entrada da caverna (região do bico da arara). Fonte: UPUPI/2008
Visitamos pela tarde outro cenário do lado
oposto da cidade. O lugar é conhecido como bico da arara. Lá, seguimos
um percurso por uma grande caverna, e num ponto mais estreito ao seu
final, o grupo subiu por uma formação rochosa que permitia chegar numa
parte superior àquela grande rocha. Para nossa surpresa havia uma
imensa piscina natural sobre a mesma. Seguimos por outro percurso até
voltar ao ponto inicial daquela jornada.
Mirante no assentamento Palmeira. Fonte: UPUPI/2008
De volta à cidade, o final da tarde em termos
contemplativos ficou por conta de outro mirante que permitia visualizar
toda a área de assentamento. Além de conhecer outras pequenas cavernas
e inscrições que fecharam o dia naquele sábado (10). A noite, após as
refeições, parte do grupo deslocou-se para uma novena na pequena capela
da cidade. Outros ficaram a conversar a porta da casa de apóio, tecendo
comentário sobre o que havia visto, bem como troca de experiências de
outros cenários vividos no passado.
Muitos, cansados depois de uma rotina puxada naquela localidade, foram
dormir posteriormente. Já outros como do grupo UPUPI, mais precisamente
a mim (Flávio) e Samuel, ficamos conversando com Leopoldo (graduando em
Turismo) até as 03h00 da manhã. O diálogo serviu também para uma
vigília informal na porta daquela residência.Já dominados pelo cansaço
de um dia cheio de aventura, conhecimento e contemplação, adentramos
naquela casa e rapidamente o sono fez-se necessário para a manhã de
domingo que se aproximava.
Um pouco da história regional: Além das cavernas
A ocupação do homem na região data de tempo remoto.
Foram catalogados 45 sítios arqueológicos, e para nossa surpresa ao
chegarmos, nos informaram a descoberta de mais um. O Piauí tem na sua
pré-história, sinais que atestam uma riqueza arqueológica das mais
preciosas do planeta, que só agora começa a ser estudada. Alguns
municípios piauienses, entre os quais São Miguel do Tapuio, guarda
traços de civilizações antiqüíssimas. No passado habitaram naquele
município, grupos humanos provavelmente contemporâneos aos da Serra das
Capivaras, em São Raimundo Nonato, cujos estudos arqueológicos,
confirmam que há mais de vinte mil anos já existia civilização naquela
região.
Além das grutas com inscrições e sítios arqueológicos que
revelam a passagem de antigas civilizações, o município e mais
precisamente a região de Saco do juazeiro está recheada de fatos e
acontecimentos históricos bastante inusitados. Dentre os quais podemos
citar o Santo padroeiro daquela localidade. Santo Izídio não seria
diferente de tantos outros se não fosse o surgimento da devoção daquele
povo por ele. Ouvi o relato sobre sua história pela representante do
INCRA na região, Teresinha Coimbra e J. Barros, este último é guia
turístico do assentamento Palmeira.
Teresinha Coimbra (INCRA) e J. Barros (guia) narram histórias locais. Fonte:UPUPI/2008
Tudo começou há muito tempo,quando a região
sofreu uma seca sem precedente. Motivo que levou muitos moradores a uma
constante preocupação com as roças ali existentes Na época, um deles
teve um sonho que indicava a devoção deste santo como o fim daquele
sofrimento. Então, a testemunha que vivenciou a experiência contou ao
fazendeiro que dominava aquelas terras. Este resolveu enviar um
mensageiro ao estado vizinho (Ceará), para uma conversa com Padre
Cícero, este representante da igreja católica cearense. Mais tarde este
padre foi canonizado pelo Vaticano e até hoje é tido como o maior santo
nordestino.
O mensageiro contou a história para Cícero, dando a incumbência do
mesmo em revelar quem era de fato este santo que o morador havia
sonhado. Queria ainda o fazendeiro que ele manda-se esculpir uma
estatua para a devoção dos moradores na região da antiga fazenda. O
padre naquele momento desconhecia a sua existência, mais prometeu uma
resposta no prazo de um ano. Passado o tempo pré-determinado, retornou
o enviado e ouviu de Cícero o relato de que só havia o santo no céu ou
naquela estátua esculpida em madeira.
Cumprindo ordens do seu patrão, retornou já com a imagem para
propriedade com as afirmações do padre Cícero. Mesmo conscientes da
inexistência do santo, eles passaram a serem devotos. Coincidentemente
o período de estiagem desapareceu e nunca mais houve seca na região. A
história se espalhou por muitos lugares distantes, possibilitando para
que a estátua milagrosa fosse roubada por cinco vezes. Muitos lugares
que sofriam das mesmas estiagens queriam a todo custo à presença do
santo milagroso. Fato que ocasionava o seqüestro da imagem até que
fossem restabelecidas as condições ambientais semelhante à de Saco do
Juazeiro. Inexplicavelmente a região castigada pela escassez vivenciava
um período de fartura, o que garantia o retorno do santo a antiga
fazenda. Mais por outro lado já estimulava outra localidade a realizar
o que a última havia feito. Mesmo com toda segurança que o fazendeiro
procurava dar a pequena capela, não demorava muito para o seu
desaparecimento e rumo ignorado. O último seqüestro da imagem que se
teve notícia, já estava ela em terras baianas. Impossibilitados pela
segurança para novos desaparecimentos, cessaram estes itinerários. J.
Barros nos contou ainda que até alguns anos atrás, a missa celebrada
naquela pequena capela era toda cantada. Fato este que diferenciava de
todas as outra que já conhecemos.
Na região contam também lendas que envolvem a princesa do castelo
encantado. Há um determinado ponto afastado daquele assentamento, com
uma formação rochosa que se assemelha a esta arquitetura. Falam os
moradores que no passado uma moça jovem e bonita se apaixonou por um
rapaz de uma família inimiga. A proibição do pai por tal romance
possibilitou a fuga desta jovem para este lugar. No local se
transformou em pedra e até hoje espera a presença de seu príncipe para
que possa desfazer o encanto. Muitos moradores guardam superstições por
este lugar. Isso é tão real no imaginário dos populares que Teresinha
nos contou que já está trabalhando na região por dois anos e nunca
conseguiu ir a este lugar.
Ela falou que no passado, moradores também presenciavam bolas luminosas
se deslocando para aquela caverna. O sentido era sempre o mesmo,e por
lá desaparecia. Contou-nos ainda um fato inusitado acontecido com um
comerciante que sempre passava por aquele percurso no sentido de São
Miguel do Tapuio. Numa certa noite viajava por aquela estrada e ao
passar por uma localidade que fica alguns quilômetros à frente, deparou
com uma festividade bem animada, o que lhe obrigou a parar e contemplar
o movimento. Ao chegar na sede do município foi questionado por que
havia demorado tanto, pois já esperavam sua mercadoria.
Narrou sobre o que de fato havia lhe acontecido e todos que estavam
presente no momento questionaram a autenticidade dos fatos. Falaram
para ele que o referido lugar descrito pelo comerciante era abandonado
e já não residia ninguém. Diante de sua teimosia, este retornou com
alguns populares, na tentativa de confrontá-los com que de fato o
viajante havia vivido. Para sua surpresa ao chegar na localidade,
deparou-e com um cenário de abandono total.
5.Rota de óvnis na região
Não é novidade para a equipe UPUPI chegar em uma
região e deparar-se com relatos ufológicos. Neste imenso território
piauiense torna-se cada vez mais evidente que estes artefatos voadores
e seus tripulantes estão “disseminados” em incontáveis localidades.
Isso leva a crer que ou são muitos, ou possuem a capacidade de estarem
rapidamente em vários lugares. As narrativas dos populares confirmam o
que já é pensamento do grupo. Nosso Estado é um dos mais visitados por
estes objetos.
No assentamento Palmeiras, parte do grupo que nos
havia dado apoio nesta viagem, no caso Rede TRAF e o INCRA, não sabiam
de relatos naquela localidade, e sim no outro que havíamos passado
anteriormente a nossa chegada (assentamento Juazeiro). Mas como o grupo
tem suas habilidades em descobrir relatos ocultos à grande maioria da
população, não foi difícil encontrar narrativas que revelaram que o
fenômeno também acontece por lá.
Anísio narra experiências familiares com o fenômeno. Entrada da caverna ao lado. Fonte: UPUPI/2008
Conversando com populares que nos acompanhavam
em uma de nossas jornadas dentro daquela localidade, conhecemos o jovem
Anísio Ferreira da Silva, 16 anos. Narrou que sua mãe costumava ver uma
estranha luz em forma de bola de futebol no lugar conhecido como pedra
redonda, próximo de outro que visitamos de nome bico da arara. Falou
que um dia uma pessoa da região foi ao local e proferiu palavrões para
a referida luminosidade. Desde esse dia ela sumiu e só reaparecendo em
um local mais distante. Anísio contou que em uma de suas andanças viu
durante a tarde, próxima a uma caverna no lugar já citado (bico da
arara) algumas colméias. Chegando a sua residência comentou com seu
primo e um conhecido que estava morando em sua casa. Decidiram retornar
a noitinha para aquele lugar na tentativa de retirar o mel. Fato que é
bastante evidente na região como forma de fonte de renda adicional.
Chegaram no local, munidos de tochas, e para surpresa as colméias
estavam abandonadas. Foram ainda surpreendidos por uma luminosidade cor
de fogo e do tamanho de uma bola de futebol que acendeu na entrada da
caverna, sumindo pouco tempo depois. As três testemunhas viram o
acontecido, mas só fizeram comentários sobre o avistamento quando
retornavam pela estrada no caminho de casa. Cada um justificou seu
silêncio no momento do acontecido, como forma de não gerar pânico aos
companheiros que estavam presente. Ele também contou que viu a referida
luz em outra localidade de nome Pereiro. Foi enfático em afirmar que o
foco de luz é de intensa luminosidade e completamente desprovido de som.
Assentamento Juazeiro (região do Saco do Juazeiro). Fonte: UPUPI/2008
No retorno da viagem, passamos no assentamento
Juazeiro que fica no sentido inverso do ponto onde estávamos. Mas que
fica dentro do perímetro de Saco do Juazeiro
(Palmeiras,Juazeiro,Cacimba nova e Pereiro). Entrevistamos Raimundo
Barros de Oliveira, 32 anos. Morador daquela localidade, presenciou um
fato inusitado em 1993. Conta ele que estava no lugar conhecido como
remédios, quando observou as 19h00 aproximadamente, numa distância de
uns três quilômetros, um objeto do tamanho de um carro de mão. A sua
luminosidade era semelhante a uma fluorescente. Não ouviu nenhum
barulho vindo do referido objeto. A sua trajetória foi de movimento
retilíneo uniforme, seguindo rumo aos outros assentamentos até quando
não foi possível mas a sua observação.
Raimundo Barros de Oliveira e Laércio Siriano da Silva narram suas experiências. Fonte:UPUPI/2008
Ouvimos o relato de Laércio Siriano da Silva,
30 anos, que também teve um avistamento no mês de Outubro de 2007.
Andava com um amigo munido de lamparinas na Serra do Junco. O local
fica a uns 40 minutos de caminhada daquele referido assentamento. As
23h00 aproximadamente, observaram a certa distância uma formação
luminosa azulada que indicava ser o referido óvni da região. De inicio
foi contestado pelo companheiro que não acreditava ser o objeto, mas
instantes depois presenciaram a luminosidade já próxima e iluminando o
local por onde caminhavam. Apagaram as lamparinas e adentraram umas
moitas para protegerem-se do aparelho (nome popular do óvni). O objeto
então se distanciou, e eles continuaram a jornada mais sem as referidas
tochas. Laércio ainda o viu sobrevoando aquela vegetação numa distância
razoável.
Seu irmão João Batista que reside hoje em São Paulo, também presenciou
o referido objeto quase pousando na estrada que corta a localidade em
2004. Conta ele que na ocasião não existia energia elétrica na região.
Lá pelas 22h00 saiu à porta da residência e viu o óvni quase pousando
na estrada. Neste instante foi dominado pelo medo, o que o levou a
adentrar a casa, fechando as portas e janelas. Depois de certo tempo
constatou que o referido aparelho já não estava presente. Contou
Laércio que é comum os populares verem o referido objeto naquelas
imediações. Aparece mais pelo período do verão, onde as folhas das
árvores começam a caírem. Também foi categórico em afirmar que qualquer
luminosidade que o morador usa no mato, é um ponto de atração para
incursões do referido fenômeno ufológico.
Ouvimos um interessante relato de um dos guias que nos acompanharam
naquela expedição. Preferiu que seu nome não fosse notificado, alegando
suas justificativas que de imediato foram aceitas. Este é morador do
assentamento Palmeiras. Um jovem conhecedor dos fatos históricos da
região. Articulado e de muitas habilidades.
Seus primos moram no referido lugar da maioria das manifestações. No
caso juazeiro, onde havíamos entrevistado dois moradores que já foram
narradas as suas experiências. Conta ele que não acreditava nestes
acontecimentos, e resolveu em março de 2007 acompanhá-los em uma caçada
noturna naquela localidade. Conhecia as histórias que estes lhe haviam
narrado. O que davam conta de que não se podia acender lanternas,
lamparinas e cigarros dentro da mata. Isso porque servia de atrativo
para os referidos aparelhos.
Contou-nos que naquela noite, pouco mais das 20h00, observou um ponto
luminoso distante sobre a vegetação. E para testar sobre as supostas
incursões que estes artefatos faziam sobre os populares, acendeu a
lanterna e direcionou o foco no rumo do objeto. De imediato foi
criticado pelos primos que o avisaram daquele perigoso ato. Viu que o
referido óvni, apagou-se e acendeu bem mais próximo de onde estavam.
Repetiu ele a mesma sinalização. O que fez gerar certo pânico entre os
presentes que logo trataram de abrigar-se em árvores e moitas ali
presentes. Pois já sabiam que este segundo ato era crucial para que o
objeto os localiza-se. O que de fato aconteceu momentos depois. A
referida luz acendeu-se sobre eles e passou a procurá-los.
Conta ele que a partir daquele momento passou a acreditar nos relatos
de populares que narravam suas experiências. E presenciou meses depois
a referida luminosidade quando estava na varanda da casa do seu avô
naquele assentamento. O objeto fazia um movimento retilíneo de uma
ponta à outra da serra. Manteve-se neste itinerário até as 05h00 da
manhã. Após as entrevistas, seguimos o percurso de volta a Teresina,
chegando na capital as 13:30 daquele domingo aproximadamente
Acreditamos que muitos casos compõem aquele cenário interiorano
piauiense. O que evidencia uma casuística gigantesca que deve ser mais
trabalhada. Hoje o Piauí, é considerado como um dos berços da
humanidade, porque as pesquisas em São Raimundo Nonato (Parque nacional
da Serra da capivara) através do carbono 14, demonstram a presença
humana desde milhares de anos atrás. O passado simbolizado nas
inscrições rupestres e nos objetos retirados das escavações indica
potencialidades de atração turística e estudo. O Estado possui parques
importantíssimos dentro do cenário mundial. É preciso que este berço já
reconhecido internacionalmente, seja enriquecido com portas que levem a
um estado mais maduro e consciente. Os olhares dos piauienses devem não
somente voltarem-se para o passado ou nossa história.Mas de observar
novos horizontes, novas perspectivas de reconhecimento a nível mundial.
Somos portadores de uma realidade que pode mudar a Terra. Todas as
mudanças que porvindoura devem materializar-se em nosso mundo, tem como
ponto fundamental o principio de uma nova consciência. O resto vem como
conseqüência.
Participaram da expedição:
Flávio Tobler, Luis Antonio e Samuel (UPUPI)
George Rebelo (Rede TRAF)
Teresinha Coimbra (INCRA)
Juarez e Vicente (Caminhos e Trilhas)
E muitos outros. Agradecimentos:
Prefeitura Municipal de São Miguel do Tapuio
George Hamilton e Herida Jane
Teresinha Coimbra Fotografias:
Luis Antonio e Samuel Filmagens e Texto:
Flávio Tobler Núcleo da UPUPI Junho de 2008