O contato ufológico: além do campo visual

 

Por Flávio Tobler

Para quem estuda e realiza pesquisa de campo dentro da área ufológica, sempre se depara com as intrigantes narrações dos contatados. Estes muitas vezes relembram suas experiências com forte emoção. É costume em alguns casos, sentirem arrepios, medo e lapso de memória quando tentam descreverem estes acontecimentos.Por terem presenciado fatos estranhos além de suas cotidianas vidas, passam a encarar o mundo por um novo campo visual. Não podemos esquecer também daquelas situações em que estas testemunhas vivenciaram supostos encontros amigáveis, estes com seres de procedências ainda desconhecidos. Fatos dessa natureza sempre repercutem no intimo de cada um que teve o contato, ecoando em suas consciências mais perguntas do que respostas. Mas se para estes multiplicam-se os seus questionamentos, o que dizer daqueles que investigam cada situação vivida por estas testemunhas? Essas duas categorias (o investigador e o investigado) estão “cercadas” de suposições.Devendo ser cuidadosamente analisadas, para não seguir por caminhos mais complexos e que tendem a encontrar respostas pessoais e não mais próximas da possível realidade.
As conclusões preliminares obtidas in loco não podem misturar-se com os relatos das testemunhas, pois numa segunda análise ou entrevista corre o risco de incorporarem-se as “teias” que a imaginação humana pode criar. Quando os fatos realmente aconteceram, pequenos detalhes corrompem-se pelo tempo, havendo sempre a necessidade de habilidade por parte do investigador para resgatar as experiências. O contatado tende a assumir um novo comportamento diante do mundo que o cerca, mesmo que o(s) suposto(s) encontro(s) continue(m) caracteristicamente desconhecido(s).
Existe um rompimento do espaço geográfico que ele aparentemente dominava e conhecia, mesmo que suas limitações fossem locais, regionais ou de nível maior. Falo isso para assumir as diversas categorias sociais que estão susceptível ao contato ufológico, desde o simples caboclo ou morador interiorano até pessoas de alto padrão social e intelectual. Vale ressaltar que o primeiro citado assume o maior índice de avistamentos ou de teor mais profundo. Talvez isso se justifique pela vida simples e mais exposta, desprovida das atividades estressantes que os grandes centros urbanos oferecem.
No contato, muito além da visão estão os sentimentos expostos, o cérebro humano foi condicionado a agir sobre aquilo que ele conhece e que apreendeu a lidar desde a infância. Certos comportamentos e reflexos são quase instintivos para todas as situações de aparência perigosa e isso é um mecanismo de defesa. Acredito ainda que existam outros mecanismos que desconhecemos, mas que “eles” dominam e até provoquem de alguma forma levando estas experiências a níveis de inconsciência, e isso justificaria os lapsos de memória que somente são regatados pela hipnose. Talvez seja provocado por um tipo especifico feixe de luz concentrada ou uma onda sonora ou magnética que instantaneamente leva-nos a este estado de dominação. Os conhecidos “implantes”, pequenos artefatos que se ramificam a nervos em várias partes do corpo sem provocar rejeição, também indicam um controle sobre o corpo humano. Diante destes fatos, alguns encontros podem ser “agendados” com dia, hora e lugar marcado, levando o contatado a desconhecer suas atividades “submersas” mentalmente.
Além do campo visual, o contato tem demonstrado mudanças de comportamento e de vida em muitas testemunhas, algumas passam a assumir papeis de suma importância dentro da sociedade. Envolvem-se em projetos comunitários, despertam talentos artísticos, desenvolvem-se poderes de cura, premonição e outros. Também há alguns casos de distúrbios psicológicos que levam ao isolamento, fobias, falso canal de contato etc. Encontros dessa natureza podem provocar inesperadas situações de comportamento, um simples olhar pode abrir uma “porta” e fechar tantas outras em nossa realidade. A experiência do avistamento ou algo maior parece indicar que as reações exteriores do corpo humano compartilham semelhanças, mais intimamente é algo pessoal, muitas vezes transformador ou apavorante. Como se o óvni tornar-se espelho de nossos medos interiores ou de nossas capacidades divinas adormecidas.

 

* Flávio Tobler é membro da upupi.
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Crédito da imagem: Ufovia

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Maio de 2007


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