EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO UFOLÓGICO: Uma breve história

Por Flávio Tobler
(Equipe UPUPI)

 

 

1. Em busca de respostas

    Durante muito tempo à humanidade foi envolvida por histórias fantásticas recheadas de alegorias, certas fantasias que propiciaram as "respostas" para muitos. Gerações se passaram e as lendas continuaram a fertilizarem o pensamento humano. Milhares de anos sustentaram a era mitológica. Depois a Filosofia e a Razão tentaram buscar essa resposta abrindo caminho para algo além dos mitos e crenças. Na idade Média os dogmas de fé obscureceram a lucidez racional por mais algum tempo, fazendo com que certas culturas sobrevivessem mergulhadas na “clandestinidade”. Somente pouco mais de 250 anos atrás, a ciência consolidou-se, promovendo o amadurecimento do grande potencial humano.
     “A Ciência é a fusão da Razão com a Experimentação. Do Pensamento com o Empirismo, e é tão eficiente que seus resultados práticos e materiais em menos de meio século foram muito mais marcantes do que as dezenas de milhares de anos de misticismo e magia. Ela estabeleceu-se como uma fonte de conhecimento mais confiável e claramente eficiente no que se refere a questões materiais. Dogmas milenares não resistiram às provas, e finalmente a humanidade encontrou respostas racionalmente mais aceitáveis para sua origem e a de toda a vida na Terra, assim como do próprio Universo”. A crença na ciência e na evolução continuada também é uma característica de grande parte dos ufólogos. Poderíamos até usar a famosa “Lei de Lavoisier" para entender que nada se cria (os contatos), nada se perde (as lembranças), tudo se transforma (a forma de ver o mundo). As grandes descobertas  cientificas tem demonstrado  mudanças de atitude, pensamentos e ações para muitos céticos. Muitos cientistas radicais estão Sendo obrigados a refazerem suas concepções, algumas arcaicas, para não ficarem presos ao passado. Na era da cibernética, os bilhões de cálculos feitos por computadores em tempo cada vez menores, substituem e anulam métodos passados.
    “Nos dias atuais a multiplicidade de conhecimentos (assimilação e interligação de vários ramos do conhecimento) tem exercido um papel fundamental na consolidação de pesquisas nas diversas áreas do saber humano. Hoje, o bom cientista é aquele que, além de dominar bem o seu campo de conhecimento, agrega ao mesmo outros saberes que lhe auxiliarão na melhor compreensão do seu objeto de estudo. No campo da Ufologia, a multiplicidade de conhecimentos tem se mostrado bastante eficiente na formulação de teorias e melhor compreensão do fenômeno UFO; sendo assim, se faz necessário que o ufólogo tenha informações de outras áreas do saber humano, agregando-os ao conhecimento ufológico (Walter Franklin)”. Essa procura por respostas, tem estimulado muitos pensadores e estudiosos a mergulharem com maior intensidade para satisfazerem os grandes questionamentos da humanidade: Quem somos! De onde viemos! E para onde vamos! Podemos ainda utilizar para a ufologia outras questões para a casuística mundial:  Quem são! De onde vem! E o que querem!
    Neste jogo de tantas perguntas e respostas que se modificam na linha do tempo. Cabe aqui entender de forma sintetizada como evoluiu o pensamento ufológico. Que fatos marcaram este processo. Houve realmente evolução! Ou ainda somos prisioneiros de uma “gravidade planetária” que puxa nossos pensamentos e ações e impede o rompimento da “inércia secular” e da nossa “ignorância cósmica” na busca das nossas origens.

 2. Evolução: ritmo planetário X pensamento humano

Para a maioria das pessoas, o significado da palavra evolução significa o desenvolvimento das diversas espécies vivas, umas a partir das outras, talvez ao longo das linhas propostas por Charles Darvin em seu tratado A origem das espécies. Num contexto maior, rompemos essas concepções e englobamos a própria expansão do universo. Compartilhando esse evoluir num ritmo em que seus astros alcançam e continuam o amadurecimento quase que “individualizados” mais sincronizados com cada sistema, seja planetário ou galáctico. Foi preciso muito tempo para que nosso planeta Terra alcançasse as condições ideais para a continuidade da vida como um todo. Da era dos dinossauros ao homo sapiens houve a necessidade de extinção e o surgimento de novos seres vivos capazes de se adequarem ao meio ambiente transformado. Alguns estudiosos teorizaram catástrofes de proporções planetárias como causadoras do desaparecimento de muitas espécies. Se analisarmos todos esses fatos somados a uma reflexão de nível bem mais abrangente, veremos que o próprio universo segue o seu ritmo necessário, quanto mais aos que fazem parte desse sistema.
Durante o curso em que os homens primitivos povoaram o nosso planeta, a preocupação básica entre eles era a sobrevivência, os perigos eram maiores e as adversidades impostas pela vida selvagem colocavam-os em situações de grandes riscos. A forma de pensar estimulava esses homens das cavernas a registrarem fatos marcantes nas paredes de seus lares. Mesmos sem habilidades para o desenho e ainda em processo de evolução da coordenação motora, somados aos instrumentos disponíveis, caprichavam para eternizar e informar aos posteriores essas atividades (inscrições rupestres). A visão que tinham do nosso mundo restringia-se ao seu círculo de vida, permanecendo outros pensamentos ainda em processo de estímulos. Quem pode garantir que os extraterrestres já não nos visitavam naquela época e que deu uma “forcinha” nessa evolução (modificações genéticas). Incito estas questões, pois em algumas inscrições milenares notam-se estranhas formas desenhadas semelhantes a estrelas e objetos discóides. Será que nossos ancestrais já não tentavam registrar esses contatos mesmo que de forma primitiva? Com certeza o “terreno” (planeta Terra) já estava propício para um salto evolucionário.
Erich Von Däniken em seu livro “Eram os Deuses Astronautas?” Estimula o leitor a refletir muitas questões do passado, e mostra certas provas materiais que estes visitantes extraplanetários deixaram. Acreditando ou não, parece que o pensamento humano sobre ufologia viveu épocas longínquas em que o contato era mais aberto ou direto, mesmo que a humanidade ainda os considerava divindades. Se isso foi verdade, o que levou, ou o que causou esse esquecimento. Há um verdadeiro “delete” em nossa história. Algo de errado ou proposital que fez uma “limpeza” na linha do nosso tempo. Esses isolamentos de informações talvez sejam justificados pelas destruições causadas pelas guerras, catástrofes e outros acontecimentos do passado. Resta a arqueologia reunir peças de grandes achados e tentar reconstruir parte de nossa evolução. Poderíamos até teorizar como muitos sobre diversas existências de raças humanas (Lemurianos, Atlantes etc.) sobre nosso planeta, cada qual cumprindo o seu ciclo cósmico. Afinal, a Terra já não é tão nova, e nada sabemos sobre milhões de anos atrás a não ser em ossadas encontradas e em teses de cientistas. Os continentes ainda se afastam e os que eram cobertos por oceanos já não são mais e vice-versa. Com certeza, os meios empregados pelo nosso Planeta justifiquem o fim de muitas eras e o começo de outras.
Relatos em livros sagrados revelam também a passagem dessas divindades com suas carruagens de fogo, nuvens iluminadas e objetos de estranhas definições para a época. Seres com características diferenciadas e situações vividas em que as testemunhas buscavam meios conhecidos para o entendimento. Ao que tudo indica, começava a se forma na mente humana algo vindo de fora, quase sempre com conotação religiosa e divina. Era o principio e sutil pensamento ufológico, onde os contatos ganhavam registro, onde os homens já manifestavam suas experiências. Muitos fatos semelhantes foram sendo descritos em livros ao longo dos séculos posteriores. Havia sempre uma aproximação e acompanhamento desses seres com a humanidade. Antes de forma aberta, como se o próprio homem estivesse condicionado a aceita o fato como sobrenatural e nada mais. Com o tempo, o rompimento talvez se fez necessário ou pelo passos que nós já éramos capazes de dar, ou talvez pelo nosso olhar de maior perceptividade.
Grandes guerras mundiais vieram, bem como o avanço tecnológico chegou. O que era registrado apenas de forma escrita passou a materializar-se em películas fotográficas. Grandes questionamentos surgiram para entender certos fenômenos. Cientistas buscavam em suas fontes acadêmicas interpretações para os fatos. Milhares de relatos chegavam de várias partes do mundo. Havia a necessidade da compreensão dos acontecimentos estranhos, mais era necessário se desprender de uma ciência rotulada em conceitos que não justificavam certas manobras aeroespaciais, alterações espaço-tempo etc.
Foi no limiar de tantos acontecimentos e descobertas relativas às coisas estranhas fotografadas, filmadas e um incontável número de testemunhas, que um grande “exercito” de pesquisadores passaram a dedicar-se à ufologia. Houve um ritmo acelerado de investigações nessa área e grandes trabalhos e livros chegaram ao conhecimento de muitos. Grupos, organizações e agencias de inteligência e militares, voltaram-se seus olhares para compreender, dominar tecnologia, reprimir ou intimidar muitos que tinham um pensamento “ameaçador” para a segurança nacional.
Grandes pensadores dedicaram anos de trabalhos e estudos, sintetizando idéias e colaborando também com teses e artigos. Seria injusto citar nomes, já que muitos trabalharam silenciosamente e não tiveram oportunidade de materializar suas publicações. Outros se tornaram celebridades nacionais e internacionais. Estes reconhecidos por muitos como verdadeiros guerreiros numa batalha contínua e árdua, onde o olhar de um ou mais pesquisador, impulsiona outros a novos questionamentos. Criando uma nova forma de pensar sobre nosso Planeta e o próprio universo. Adquirindo força na medida em que a era tecnológica avança.
 Velhos conceitos dão lugar a novas definições. O evoluir do pensamento ufológico ganha destaque em muitos congressos, na Internet, na mídia em geral. Talvez seja ele capaz de sintetizar o ramo de uma ciência ainda em processo de consolidação, que tem uma preocupação além das fronteiras terrenas. Que visa entender o homem e buscar suas raízes ancestrais, sejam terrenas ou cósmicas. Que tem um carinho muito especial pela natureza e por todo o equilíbrio do nosso planeta. Que olha muito além das religiões e seus dogmas, permitindo assim um encontro direto com o criador. Procurando entender cada vez mais a obra da sua criação.
Na sinfonia cósmica do nosso universo (expansão + tempo), cada planeta tem seu ritmo, cada humanidade vive num compasso sincronizado com o ambiente disponível. A Terra gira, balança em sua sutileza, num salão infinito que é o próprio cosmo. Segue sua hierarquia, respeitando o seu lugar no “carrossel” planetário.  Evoluindo juntamente com seus filhos, e permitindo que estes busquem alcançar o entendimento, com erros e acertos, caindo e levantando, até encontrar o ritmo exato da plena evolução.

 

* Flávio Tobler  é membro da UPUPI, Técnico eletrônico, Geógrafo e especialista.
Outros artigos acesse: http://www.upupi.com.br/

Contato: flaviotobler@hotmail.com

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