Escrevendo nas bordas, dançando nas incertezas: impressões ralas

que escorregam e desafinam noção de ufólogo.

 

 

Por Aristides Oliveira, membro da UPUPI.

         

O que escrevo aqui são palavras ácidas, ensaísticas, experimentais, dançantes e breves, sobre o atual cansaço que os verdadeiros pesquisadores passam na atualidade. Palavras-manifesto que futuramente serão desdobradas em ensaios de reflexão. Talvez minha voz represente o coro de minoria descontente, ou talvez apenas minha solidão compartilhada com os integrantes da UPUPI perante a exposição do ridículo que diariamente a “U”fologia é colocada.

Ninguém agüenta mais em pleno século XXI (com exceção de seus “amantes” que vampirizam o dinheiro dos ingênuos, como um dia nós fomos), naves gigantescas, planetas em via de colisão com Terra, naves recheadas de luzes carnavalescas com “homenzinhos verdes” roubando sangue de galinha para trocar por banana intergaláctica e muito menos cair no papo de “Círculos ingleses”, pois “Eles” até já nos passaram as instruções básicas de como enganar as multidões (como podemos ver no link a seguir:( http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/1184/video-flagra-formacao-de-circulo-ingles).

Nesses cinco anos de UPUPI, aprendemos que a pesquisa ufológica tem que sair de dentro desse universo infanto-juvenil que construirmos, como um poster empoeirado de Michael Jackson que sabemos que já morreu, mas não nos conformamos retirá-lo da parede úmida. Somos conscientes de que o tempo destrói e amaDURECE nossos desejos e as decepções fortalecem a coragem de acreditar nas coisas que estão debaixo de nossos olhos, acontecendo no caos intempestivo, bem longe dos planetas fantásticos com tecnologias abrasadoras.

Precisamos reconhecer o valor da interdisciplinaridade e explorar os campos teóricos das ciências humanas e biológicas como fontes de pesquisa que aprimorem nosso conhecimento, pois jogar pedras na academia e atacar os cientistas de “céticos” faz parte da carteira de identidade dos ufólogos, que contém no RG: “Reacionário Gagá”. É lamentável desconstruir algo que ainda nem enraizou suas bases, é lamentável encher a casa de arquivos “oficiais” sem tratá-los como empiria histórica. Tem gente que acha que rolar em cima das migalhas de um passado duvidoso nos traz algum benefício, estamos “gagás”, velhos e engolindo qualquer guloseima para adoçar a garganta seca.

Danço... danço em cima dessas noções vazias que estamos construindo na pista da grande boate que freqüentamos no glamour da tolice extra-sensorial forçosamente vendável, um desfile de mentiras, que desconhece a importância da antropologia e da auto-crítica para fazer um outro tempo, um Outra Ufologia (regada de cientificidade e não de adolescência).

Responsabilizo-me por toda e qualquer coreografia que irei realizar em 2010, pois assumo em nome dos irresponsáveis de plantão nosso vazio teórico, nossa falta de compromisso com a Verdade e principalmente: o impulso amador para “provar” uma realidade inexistente.

Precisamos sacudir a apatia e a crença de uma “espera” final. Estamos parados, nada aconteceu. A Ufologia é uma camisa de força ou mais uma música que passa na estação?

É preciso à reinvenção metodológica na pesquisa de casuística, escrevam seus manifestos que daqui começo o meu.

Estariam os Ets nas redes do imaginário social ou rindo de nossa cara lá em cima?


Aristides Oliveira, na contra-mão do continuísmo.

11/11/2009

Núcleo da UPUPI