Fontes hemerográficas ajudam pesquisadores a analisar como a Ufologia Piauiense era consumida nos anos 70.

 

A UPUPI (União de Pesquisas Ufológicas do Piauí) tem como finalidade neste trabalho levantar um pouco da história dos fatos ufológicos no Estado, sem discutir a veracidade ou fraude do evento, mas como forma de conscientizar os ufólogos a pesquisarem nos arquivos públicos de suas cidades materiais jornalísticos, para que possamos ter noção de como a imprensa registrava e se comportava diante dos eventos ufológicos que começa a ganhar visibilidade e atenção nos anos 60/70 aqui no Brasil. É de extrema importância exercitar o levantamento hemerográfico, com um acervo de notícias fica mais fácil compreendemos como a sociedade recebia e recebe as informações emitidas pela imprensa e como se constrói o imaginário/receptividade crítica da população em torno da temática, pois não só os ufólogos trabalham com Ufologia, os meios de comunicação mass media atuam de forma presente como transmissores de um tema tão delicado e espinhoso como esse. Sem fazer julgamento do material colhido pelo grupo, estamos lançando mais uma iniciativa para reforçar nossa reflexão e conhecimento na área. Notícias como essa são raras, por isso devemos fazer um trabalho arqueológico na busca destas fontes para preservar nossa memória e perceber o caráter histórico da pesquisa que não nos damos conta, por estarmos diluídos num “presentismo” e muitas vezes dispersos na constituição de um material sólido para registro de nossa própria história.


ABAIXO UM FATO TRANSCRITO QUE VIROU CAPA DO JORNAL “O DIA”
(Teresina – PI) 16 DE MARÇO DE 1972.


Grifamos pontos interessantes que devem ser pensados e discutidos.


O ESTUDANTE AFIRMA QUE VIU DISCO VOADOR NO QUINTAL DE SUA CASA. O ESTUDANTE JOÃO RICARDO DA CUNHA SILVA, DE 12 ANOS, RESIDENTE NA RUA QUINTINO BOCAIÚVA, 570 – SUL, FICOU PASMADO NO QUINTAL DE SUA RESIDÊNCIA, QUE ELE JURA SER UM DISCO VOADOR, POIS APESAR DE SER UM POUCO DIFERENTE DOS MOSTRADOS NAS REVISTAS E FILMES TEM AS MESMAS FORMAS E MESMAS CARACTERÍSTICAS DE UMA NAVE ESPACIAL. O ESTRANHO OBJETO FOI VISTO DAS 19H30MIN DE TERÇA FEIRA, QUANDO JOÃO SAIU DA SALA ONDE ESTAVA ASSISTINDO A NOVELA “A FÁBRICA” E SE DIRIGIU PARA QUINTAL, ONDE O DISCO DESAPARECEU DA MESMA MANEIRA COMO SURGIU, SEM FAZER QUALQUER BARULHO E COM GRANDE VELOCIDADE.

NERVOSO.
“EU FIQUEI TÃO NERVOSO QUE QUASE PERDI A VOZ. ERA COMO SE MINHA BOCA ESTIVESSE AMORDAÇADA E A LÍNGUA PRESA” – DISSE JOÃO RICARDO, ACRESCENTANDO QUE DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DO OBJETO CHAMOU SEUS IRMÃOS WISTON E ASTRIDE PARA CONTAR O FATO. BASTANTE NERVOSO O ESTUDANTE APONTOU O LOCAL ONDE DISCO APARECEU, EM CIMA DA CASA DE SUE VIZINHO CONHECIDO POR “SEU VINTE E UM”. SEGUNDO O ESTUDANTE, O OBJETO ERA DE CÔR (SIC) AMARELO-VERMELHO, DE GRANDE LUMINOSIDADE E DEVIDO A POSIÇÃO TINHA A IMPRESSÃO DE QUE ERA UMA RETA LUMINOSA. JOÃO RICARDO DISSE QUE NÃO PÔDE OBSERVAR OS DETALHES DO OBJETO POR QUE FICOU MUITO NERVOSO.

CERTEZA
PARA JOÃO RICARDO, APESAR DE SEUS IRMÃOS NÃO ACREDITAREM NA ESTÓRIA O OBJETO ERA UM DISCO VOADOR. “EU ACREDITO NOS DISCOS VOADORES E TENHO CERTEZA QUE AQUELAS LUZES NO QUINTAL ERA DE UMA ESPAÇONAVE, UM POUCO DIFERENTE DAS QUE VI NAS REVISTAS E NO CINEMA” – DISSE.

COM 12 ANOS DE IDADE, JOÃO RICARDO DISSE QUE GOSTA MUITO DE LER SOBRE E OUTROS OBJETOS ESPACIAIS E QUE JAMAIS SE ENGANARIA EM IDENTIFICAR UM DISCO VOADOR.

NO QUINTAL

JOÃO RICARDO DISSE QUE AO CHEGAR NA PORTA DO QUINTAL VIU UMA COISA BRILHANDO QUÊS E APROXIMAVA DE SUA CASA. DEPOIS DE DISTINGUIR AS CÔRES (SIC) AMARELO E VERMELHO, MUITO LUMINOSAS. O OBJETO QUE VINHA COM MUITA VELOCIDADE AO ATINGIR O TELHADO DO “SEU VINTE E UM” PAROU DE REPENTE FAZENDO BRILHAR CADA VEZ MAIS A SUA LUZ. TUDO SE PASSOU EM QUESTÃO DE SEGUNDOS E O OBJETO SAIU VOANDO. AS LUZES SE APAGARAM DE REPENTE. “TENHO CERTEZA QUE ERA UM DISCO VOADOR.”


Depois da notícia, o mesmo jornal desqualifica o fato caricaturando a testemunha através de uma “animação” feita por Arnaldo Albuquerque:



O grupo está na busca de mais notícias no arquivo público de Teresina “Casa Anísio Brito” para repassar essa nova linha de pesquisa e arquivamento da memória ufológica piauiense para os demais pesquisadores da comunidade.


ARISTIDES OLIVEIRA
28/02/2008